Evento promovido pela FVS-RCP e Nutec reúne especialistas para tratar sobre a síndrome associada ao consumo de pescado implicado na doença
FOTOS: Letícia Araújo/FVS-RCP, Reprodução/FVS-RCPCom foco na ampliação do conhecimento sobre a Doença de Haff, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), e o Núcleo de Tecnologia e Qualidade Industrial do Ceará (Nutec), realizam, nesta quinta-feira (10/07), o 2º Simpósio Nacional de Haff. O evento ocorre no Centro Universitário Fametro, em Manaus.
O objetivo é apresentar e discutir avanços nos estudos sobre a Doença de Haff, síndrome que pode ocorrer após o consumo de peixes ou crustáceos com presença de toxina ainda não identificada, provocando rigidez muscular intensa, dor no corpo e, em casos graves, urina escura, lesão muscular e comprometimento renal.
A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, destaca que o simpósio é uma iniciativa estratégica para fortalecer a vigilância e o atendimento aos casos da doença. “O simpósio contribui diretamente para o entendimento multifatorial dessa síndrome, a partir de evidências científicas e da troca entre pesquisadores e profissionais de diferentes áreas”, ressalta.
A edição deste ano do simpósio destaca os estudos voltados ao pescado, incluindo o que circula nos rios do Amazonas, como o pacu; além de características clínicas de pacientes com a doença, questões ambientais da doença e reconhecimento precoce e manejo hospitalar de pacientes.
FOTOS: Letícia Araújo/FVS-RCP, Reprodução/FVS-RCPDurante o simpósio, foram apresentados resultados de abordagens para compreensão dos fatores de risco da doença. “O Nutec esteve aqui (em Manaus), em 2022, e fez essa parceria. E agora a gente tá entregando os resultados que foram a soma de um trabalho desenvolvido com várias instituições, entre elas a FVS”, ressaltou a diretora de Operações e Negócios do Nutec, Fádia Valentim.
Também presente no simpósio, o secretário de Pesca e Aquicultura do Estado do Ceará, França Vieira, destacou a importância da atuação integrada entre saúde e meio ambiente. “O Ceará não poderia ficar de fora. Hoje, nós somos o maior produtor de camarão cultivado, de atum, de lagosta e também os maiores exportadores do Brasil”, afirma.
Uma das participantes do simpósio, Geovana Pinheiro, acrescentou a relevância do evento. “O Simpósio de Haff nos traz muitas expectativas. É de importantíssima relevância trazer respostas para a comunidade científica das pesquisas que estão em andamento, das que foram finalizadas e perspectivas futuras”, disse.
A programação científica é voltada para profissionais de saúde, pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação em diversas áreas, como medicina, enfermagem, medicina veterinária, agronomia, biologia e engenharia de pesca.
Cooperação técnica
O diretor de Planejamento, Emergências em Saúde Pública e Ações Estratégicas da FVS-RCP, Augusto Zany, acrescenta que a relevância do evento para a sociedade. “O simpósio é uma prestação de contas para a população do que tem sido trabalhado em projetos de pesquisa para identificar o causador da doença de Haff, muito conhecida popularmente como urina preta”, acrescenta.
FOTOS: Letícia Araújo/FVS-RCP, Reprodução/FVS-RCPJá a responsável pelo Ensino, Pesquisa e Inovação da FVS-RCP, Luciana Fé, acrescenta que a iniciativa faz parte de um termo de cooperação técnica entre a Fundação e o Nutec. “Por meio dessas cooperações, nós conseguimos ampliar a investigação de condições raras, como a síndrome de Haff que hoje é o foco da pesquisa nesse segundo simpósio de Haff realizado”, destaca.
Doença de Haff
A Doença de Haff é a denominação da síndrome rabdomiólise associada ao consumo de pescados implicados com a toxina, ainda em identificação, que causa a doença.
A rabdomiólise é uma síndrome que pode ocorrer em função de agravos diversos, como traumatismos, atividades físicas excessivas e infecções, ou ainda devido ao consumo de álcool e outras drogas. Quando associada ao consumo de pescados, a síndrome é denominada doença de Haff.
Os sinais e sintomas mais frequentes, entre os casos compatíveis, são: mialgia (dor muscular) intensa, mal-estar, náuseas, fraqueza muscular, dor abdominal, vômito e urina escura.
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